Conheça o Polvilho
Polvilho: produto genuinamente brasileiro
A história do polvilho tem início na plantação e extração da mandioca, o mais genuíno alimento brasileiro. A raiz já era cultivada pelos índios antes dos primeiros portugueses chegarem, em 1500.
Para fazer o polvilho, a mandioca é amassada até virar uma goma à base de amido, que é desidratada até se transformar num pó branco, que pode ter duas versões: doce, não fermentado, e azedo, após ser fermentado.
Sua faceta mais conhecida é o biscoito de polvilho, que existe pelo menos desde o século 18, quando era servido pelas cozinheiras negras aos senhores das fazendas mineiras, segundo o pesquisador e escritor potiguar Luís da Câmara Cascudo.
A presença do polvilho em outras receitas é mais oculta, mas também está lá. Não existe pão de queijo sem polvilho, nem o sequilho, por exemplo. Ainda está no revestimento do amendoim japonês e serve como espessante de papinhas de bebê. E também na tapioca, no cuscuz nordestino e no beiju, vendido nos faróis. E ainda entra na farmácia, em cápsulas de remédios e talcos.
Fonte e referências: https://www1.folha.uol.com.br/serafina/2013/11/1361742-polvilho-de-ingrediente-menor-a-verbo-nobre-conjugado-por-chefs-como-claude-troisgros.shtml. Acessado em 21/09/2018 11:29. Adaptado.
Mandioca: a raiz do Brasil
A lenda da mandioca
Diz a lenda Tupi que Mani era uma linda indiazinha, de pele muito clara. Desde que nasceu, andava e falava bastante. De repente, morreu sem nenhum motivo.
A indiazinha foi enterrada dentro da própria oca, onde sempre morou e como era a tradição do seu povo. Todos os dias, os índios da aldeia iam visitá-la e choravam sobre sua sepultura, até que, nela, surgiu uma planta desconhecida.
Então, os índios resolveram cavar para ver que planta era aquela, tiraram-na da terra e ao examinar sua raiz, viram que era marrom por fora e muito branca por dentro.
Após cozinharem e provarem a raiz, entenderam que se tratava de um presente do deus Tupã. A raiz de Mani veio para saciar a fome da tribo. Com o tempo, os índios passaram a chamar a planta de manioca, junção de Mani e Oca, mas que hoje é conhecida por mandioca.
Da raiz ao polvilho
Confira o passo-a-passo da produção em uma fábrica de polvilho
Veja como é o processo de fabricação do polvilho azedo, desde a recepção da mandioca até a embalagem do pó obtido após a fermentação.
Todas as fotos e vídeos foram, gentilmente, autorizadas pela Ourense Indústria de Polvilho Ltda, que nos recebeu para uma visita em maio de 2018.
1ª etapa
Recepção da raiz da mandioca
Toda a mandioca é descarregada em um compartimento de cimento, onde são dosadas por uma espiral e transportadas para a próxima etapa: o descascamento e a lavagem.
2ª etapa
Lavagem,
Descascamento e Moagem
Após serem recebidas, as mandiocas passam por um processo de lavagem, em que vão soltando suas cascas.
3ª etapa
Centrifugação da massa para retirada do amido
4ª etapa
Decantação
O caldo mais concentrado, com o amido, fica coberto por água até decantar. Depois é levado à caixas de cimento para fermentar naturalmente por 30 dias.
A fase seguinte é a secagem em tabuleiros, sob o sol.
5ª etapa
Secagem ao sol
Nesta fase, o polvilho é secado em tabuleiros, sob o sol.
No caso do polvilho doce, o amido não é fermentado e vai direto para os tabuleiros de secagem. Também conhecido como goma, o polvilho doce é usado por padarias, consumidores e na indústria, em uma série de aplicações.
6ª etapa
Embalagem
Por fim, o polvilho é levado para um compartimento, onde é peneirado e aguarda para ser embalado em sacos de papel.
Nelson Alves de Almeida Junior
Responsável Técnico
Catuzo Produtos Alimentícios Ltda
Sr. Romeu Rogério
Proprietário
Ourense Indústria de Polvilho Ltda
Fotos e vídeos
Bruno Catuzo de Lima
Agradecimentos
Ourense Indústria de Polvilho Ltda
Romeu Rogério
Cleres
José Laércio
Visita realizada em
24 de maio de 2018
Conceição dos Ouros - MG